quarta-feira, 12 de maio de 2010

OPINIÃO

Se o silêncio é de prata, a notícia é de ouro

Por Aline Marchiori, aluna da 5ª etapa de Jornalismo

“O risco de vida quem impõe é você, o repórter”, afirmou Klester Cavalcanti quando questionado sobre a polêmica quebra de sigilo de fonte, em sua rápida passagem pelas Faculdades Integradas Rio Branco, no último dia 4 de maio.

Segundo o art. 5º, inciso XIV da Constituição Federal, "é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte quando necessário ao exercício profissional”. Mas até onde vai esse direito? Até onde os jornalistas podem ir para conseguir um furo de reportagem? Eis aqui questões que assombram o obscuro mundo do jornalismo investigativo.

Sendo clichê, mas indo direto ao ponto, pode-se dizer que “cada caso é um caso”. O próprio Klester pode ser usado como exemplo: certa ocasião, o jornalista fingiu fazer uma matéria cultural e passou dois dias entrevistando organizadores de rinhas de galo, prática proibida no Brasil. A reportagem resultou numa denúncia e em várias ameaças de morte ao autor. Já os jornalistas americanos Judith Miller, do The New York Times, e Matt Cooper, da revista Times, foram processados e ameaçados por se negarem a fornecer o nome da fonte que lhes revelou a identidade da agente secreta Valerie Plane, especializada em armas de destruição massiva.

Se o jornalista é porta-voz do povo, deve ouvir a população usando as informações fornecidas pelo próprio povo – eventuais fontes -, apurando o que foi dito e garantindo que isso não traga prejuízos futuros. Mas aí alguns perguntam: se o profissional não informa a fonte, como a informação pode ter credibilidade? E se a fonte for falsa e estiver apenas utilizando o jornalista para “plantar” informações de caráter duvidoso?

O fato é que as fontes passam informações de utilidade pública, mas conhecer sua identidade não é algo fundamental. A credibilidade da notícia vem através do nome do jornalista estampado na matéria – afinal, também o anonimato é proibido pela Constituição Federal - e pelo aval do veículo que a publicou. Não será, portanto, a exposição da fonte que tornará os fatos mais verossímeis.

A responsabilidade maior será sempre do jornalista, seja ela de escrever, apurar ou guardar segredo. Trata-se da união do bom senso com o talento. Uma palavra de um jornalista sobre sua fonte pode fazê-lo ganhar prêmios, mas custar vidas. O essencial é saber usar a informação sem expor a fonte, ou seja, jogar com o que se tem.

Sim, caros colegas, temos o poder de construir e destruir pessoas, a responsabilidade de proteger nossas fontes, guardar segredos de Estado e, mesmo assim, ainda tem gente que acha que não precisamos de diploma... É mole?

9 comentários:

Jeh disse...

Parabens Aline!
Excelente artigo!
Vamos treinando para a aula da Beth...
Beijao e parabens mesmo!

Thomas Lagôa disse...

Belo artigo!

A exposição do que foi falado pelo Klester foi apresentada em uma linguagem de ótimo entendimento.

Realmente, a prática do Jornalismo é essencial. Quem acha que não é necessário que a pessoa saiba o que está fazendo, está alienada na socicedade.

Paulo Durao disse...

Aline gostei do seu artigo, parabêns

prof Paulo Durão

Barbara Acácia disse...

Muito bom mesmo,
parabéns agora vc é uma articulista q chique hein!
Obs: Excelente titulo...

Verônica disse...

Muito bom mesmo Aline!! Parabéns!!

Jade disse...

Cara Jeh, Thomas, Barbara, Verônica e Prof. Paulo Durao,

Agradecemos os comentários e ficamos satisfeitos com o reconhecimento do nosso trabalho.

Continuem participando e acompanhando nosso blog e twitter: http://twitter.com/quintacomunica com informações durante toda a semana de comunicação.


Jade Rainha
Equipe Feedback Blog
5ª Etapa Relações Públicas

Dardaoo disse...

Gostei do modo como você traça o texto, não deixa a peteca cair, e como ja disse antes, não sou muito fã de perguntas nos textos. Mas a sua no final dele busca uma reflexão do leitor, parabéns!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Prezado Eduardo,

Agradecemos seu comentário. A participação de todos é um elemento motivador para nosso trabalho durante esta semana.


Atenciosamente,

Fernanda Fraccaroli
Equipe Feedback Blog
5ª Etapa - RP

Postar um comentário