O radialista Joseval Peixoto conversa com os alunos, enquanto a equipe da cobertura em tempo real atualiza o Twitter. (Imagem: Danilo Viana)
Por Daniel Santarosa e Donizete Henrique
“Os que se apropriam do poder não gostam de críticas, portanto, não gostam da imprensa”. Com essa frase, o radialista Joseval Peixoto marcou o segundo dia da 10ª Semana da Comunicação. A palestra sobre "Liberdade de Imprensa no Brasil", aconteceu nesta manhã de terça, 11 de maio, no auditório das FRB.
O jornalista, radialista, poeta e âncora do Jornal da Manhã da Rádio Jovem Pan (FM 100,9) é formado em Direito, mas falou sobre os desafios que enfrentou na juventude para seguir a profissão jornalística. "Não cursei faculdade, é verdade”, admitiu Joseval, cuja primeira experiência como narrador foi bem cedo, como ele mesmo conta: “O primeiro lugar em que fiz uma narração foi no alto faltante da rodoviária, com 15 anos, ganhando trezentos cruzeiros”.
Narrador do tri
Em São Paulo, Joseval foi contratado por Edson Leite, lendário narrador esportivo de rádio nos anos 1950 e 1960, quando ainda trabalhava narrando jogos no interior do estado. Começou então a trabalhar na Rádio Bandeirantes, na locução comercial, informando o horário. Depois passou pela Tupi, Record e SBT, entre outros veículos. Segundo o palestrante, o que mais marcou sua carreira no radiojornalismo foi a "transmissão" dos 30 minutos finais da emocionante decisão da Copa do Mundo de 1970 entre Brasil e Itália, no México, que trouxe ao país o tricampeonato no futebol.
Depois de muitas histórias, Joseval retomou o tema da liberdade de imprensa e falou sobre o perigoso momento que este assunto enfrenta no Brasil e no mundo. “Os que se apropriam do poder não gostam de críticas, portanto, não gostam da imprensa”, acusou. Em seguida, passou a explicar seu ponto de vista: “No Brasil, curiosamente, nós temos uma constituição que dá ao jornalista a mais absoluta liberdade", afirmou, citando o Artigo 220 da Constuição Federal. No entanto, a Lei nº 9.504, de 1997, veda às emissoras de rádio e televisão a transmissão de pesquisa ou consulta popular de natureza eleitoral. “Ou seja, o povo está proibido de falar no rádio ou televisão em ano eleitoral”.
Para fortalecer sua tese, Joseval falou sobre o trabalho que a mídia já exerceu, no passado, no cumprimento das transmissões e pesquisas eleitorais. “Quando Erundina, Paulo Maluf e João Leiva concorreram pela prefeitura de São Paulo, todos os institutos deram a vitória de Paulo Maluf". No entanto, já na Jovem Pan, às 17h e 21 minutos o radialista foi para o ar Jovem Pan e anunciou: "Esta eleita a senhora Luiza Erundina, prefeita da capital”.
Obrigatoriedado do diploma
A queda da obrigatoriedade do diploma para o exercício do Jornalismo também não passou em branco na fala do palestrante: “Minha neta entrou para a faculdade de Jornalismo e me questionou sobre o assunto", contou. "Expliquei para ela que o diploma acabou, mas a cultura não”. Aliás, uma fala que Joseval lembra desde a infância é: “O conhecimento do ser humano tem três graus. O primeiro é o conhecimento popular, que, embora primário, é usado por 95% da população mundial. O segundo é o científico, que é o conhecimento da causa das coisas. Por fim, há o filosófico, conhecimento da causa das causas”.
Após responder a perguntas de alunos e professores, sempre insistindo na máxima “para todos os males da liberdade, só há uma solução: mais liberdade!”, um momento marcante: o radialista se emocionou ao falar sobre a morte do jornalista Vladmir Herzog, assassinado durante o perído da ditadura no país. Na época, Joseval, já sabendo da morte do diretor do Departamento de Telejornalismo da TV Cultura, mas impedido de noticiá-la, só pode fazer dois minutos de silêncio.
4 comentários:
Olá, pessoal da quinta etapa de jornalismo!
O blog está muito bom, aliás, tenho que dizer, melhor do que o do ano passado!
Vocês sabem informar se é possível votar em mais de um vídeo no Festcom??
É que eu queria poder votar em 3!
Ha! Queria perguntar mais uma coisa!
Quais são os 3 fatores que o Joseval Peixoto falou que definem o Brasil como nação?
1º a língua portuguesa, 2º ? (não entendi o que ele falou) e 3º futebol.
Se vocês puderem esclarecer, eu agradeço!
Sucesso para o blog e vocês!
Nicolle Bizelli - CS/Editoração
bizelli90@hotmail.com
Cara Nicolle,
Agradecemos o seu comentário e ficamos satisfeitos com o reconhecimento do nosso trabalho.
Esclarecendo melhor a questão da votação, na categoria "vídeo mais comentado" você pode comentar quantos vídeos quiser. Cada comentário será contado como 1 voto.
Sobre a palestra, estamos em busca de maiores informações com os jornalistas que cobriram
o evento.
Em breve lhe daremos um retorno.
Continue participando e acompanhando nosso blog e através do twitter: http://twitter.com/quintacomunica com informações durante toda a semana de comunicação.
Naira Samezima
Equipe Feedback Blog
5ª Etapa Relações Públicas
Pessoal parabens pela materia...
Esta realmente incrivel...
Cara Nicolle,
Esclarecendo sua questão sobre a palestra feita por Joseval Peixoto, os 3 fatores que definem o Brasil como nação são:
1º A Língua Portuguesa
2º O Carnaval e
3º Futebol.
Esperamos ter esclarecido sua dúvida.
Continue participando e acompanhando nosso blog e através do twitter: http://twitter.com/quintacomunica com informações durante toda a semana de comunicação.
Vivian Curci
Equipe Feedback Blog
5ª Etapa Relações Públicas
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