quinta-feira, 27 de maio de 2010

Entrevista com o professor Marcos Alexandre B. Fochi, um dos organizadores da 1ª Feira do Terceiro Setor?

Por: Marcia Alves – 5ª etapa de jornalismo

Blog Quinta comunica - Como surgiu a ideia desta 1ª Feira do Terceiro Setor?

Marcos Alexandre - A ideia surgiu a partir das disciplinas Imagem Empresarial, ministrada por mim, e Planejamento em Relações Públicas, pelo professor Cyro.

Geralmente os alunos apresentam trabalhos para essas disciplinas. Nesse ano optamos por algo que os próprios alunos pudessem fazer. Um trabalho mais aprofundado, que pudesse cumprir com as exigências das duas disciplinas.

BQ - Por que da escolha de se trabalhar com as ONGs?

MA: Um dos motivos foi a facilidade de contato com essas organizações. Se pegássemos grandes empresas do segundo setor, por exemplo, nós teríamos muitas dificuldades de autorização, de conseguir informação.

Outro fator importante é a necessidade e a dificuldade que essas instituições de terceiro setor têm em captar recursos para manutenção de suas atividades. Pensamos, como professores, que precisamos propor algo, não só para que os alunos aprendam, mas para que eles se sintam úteis em fazer algo bom para a sociedade. Por outro lado, as instituições ganham, com esse tipo de iniciativa, visibilidade, recursos e envolvimentos de voluntários.

BQ - Quais foram os critérios para a escolha das ONGs?

MA - Na verdade, foram os próprios alunos que buscaram essas ONGs. Eles mostravam as propostas das instituições e nós, Cyro e eu, dizíamos se era interessante ou não.

BQ - Todos os alunos, que trouxeram as propostas, são engajados nas ONGs?

MA - Não necessariamente. Eles saíram em busca para verificar qual seria uma ONG interessante para se produzir o trabalho. Qual ONG estaria disposta a dar informação e a participar.

BQ - Havia um número mínimo ou máximo de ONGs que poderiam participar?

MA - Não. Mesmo por que este não é o único objetivo da disciplina e deste trabalho; existem outras coisas envolvidas. Por exemplo, o professor Cyro, propôs em sua disciplina, a criação de uma agência de comunicação de Relações Públicas e ela seria a responsável por esse trabalho, como se a ONG fosse uma cliente da agência. Portanto, antes de qualquer coisa, eles tiveram que se organizar em grupos, já visando o TCC. Por isso temos grupos que são um pouco maiores e outros um pouco menores.

BQ - Qual a contribuição do profissional de relações públicas para essas instituições?

MA - Não só para os relações públicas, mas também para os jornalistas, e os publicitários, o terceiro setor abre mais um campo de trabalho. Um local onde o profissional irá empregar seu conhecimento e também contribuir para seu próprio crescimento. Se você simpatiza com determinada causa, é gratificante prestar serviço a uma organização que voltada a essa causa. Saber que você trabalha num lugar que tem uma proposta de melhoria para a sociedade é realmente muito gratificante.

BQ - Você faz parte de alguma ONG?

MA - Não. Mas ajudo uma instituição que cuida de crianças carentes que conheci por meio de uma outra turma que realizou um trabalho como esse. Precisamos ter a consciência do que eles precisam. Doar realmente o que a instituição necessita. Mas gostaria de me envolver mais.

BQ - Qual a avaliação que você faz do trabalho voluntário nas ONGs?

MA - Não podemos julgar. Nem todos têm disponibilidade de tempo para abraçar a causa e dedicar-se totalmente. Aí entra novamente nosso papel como profissional de comunicação. Ou seja, desenvolver uma estratégia para mostrar às pessoas como elas podem ajudar. Tem muita gente, por exemplo, que está aposentada e precisa de uma atividade, até mesmo para se sentir útil, que poderia atuar como voluntário em uma ONG. Mas o que podemos observar, é que a maioria das pessoas atuantes nessas ONGs são jovens. À medida que esses voluntários amadurecem e são tomados por outros compromissos e obrigações, passam a se dedicar menos ao voluntariado.

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